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Desde o segundo turno, os responsáveis pela negociação das licenças de importação com as empresas mudaram de número; há medo de impacto nos preços e escassez

"Você tem o telefone de Cervantes?", perguntou o CEO de uma empresa estrangeira. "Tenho duas fábricas prestes a parar", acrescentou, quase num colapso nervoso. O empresário finalmente obteve o número de Germán Cervantes, responsável pela autorização de licenças de importação para o setor privado. Mas já não parecia tão utilizável como antes do segundo turno: vários funcionários da Secretaria do Comércio ainda não terminaram o mandato e já mudaram de telefone.

O tema ganhou as conversas dos empresários nos últimos dias. "Não atendem o telefone na Secretaria. Alguém sabe de alguma coisa?", perguntou o diretor de uma empresa em bate-papo. Ninguém soube responder com precisão, embora todos suspeitem da mesma coisa: que o Departamento do Tesouro ordenou um encerramento virtual da administração.

"Desde o dia seguinte à votação, Cervantes nunca mais voltou a trabalhar e desapareceu", disseram no setor de importação. "Só restou a equipe técnica da Secretaria dando autorização para algumas SIRAs e nada mais. Os pagamentos, também a partir do dia seguinte ao segundo turno, foram todos interrompidos. Eles foram apagados", disse ele.

Já desde a primeira volta eleitoral multiplicaram-se os alertas de "erros" nos sistemas da AFIP, as SIRAs foram aprovadas, mas não pagas, e a dívida comercial das empresas cresceu. Mas depois do segundo turno, começou a surgir um sentimento de abandono, principalmente na área responsável pela gestão do comércio e de onde fluem cada vez menos licenças oficiais.

A situação começou a gerar alertas no setor produtivo, que vê fornecedores e controladoras negando envios de importações (insumos ou peças) a empresas privadas. As empresas, muitas das quais procuram acesso a um dólar barato em tempos de expectativas de desvalorização devido à mudança de governo, alertam para a escassez que pode surgir em dezembro e janeiro, e já alertam para o impacto nos preços devido à impossibilidade de reposição estoque.

"Temos um problema duplo. Clientes à beira da inadimplência com seus fornecedores e ruptura de estoque sem conseguir produzir. Entre meados de dezembro e janeiro haverá dificuldades de produção", disse ao LA NACION Martín Rapallini, presidente do Sindicato Industrial da Província de Buenos Aires (Uipba) e proprietário da Cerámica Alberdi.

"Desde 15 de outubro só nos aprovaram 100 euros. Não estamos cumprindo o resto ou tendo que obter nossos próprios dólares. Há uma reserva de moeda estrangeira que obtemos com a emissão de um título, mas o lógico seria que fosse para investimento, não para comprar insumos", disse Javier Madanes Quintanilla, proprietário da Aluar-FATE, ao LA NACION.

"Digamos que todo o comércio exterior estava em declínio desde agosto até hoje. Depois do segundo turno tudo morreu, principalmente os pagamentos, que estão 99,5% parados", disse um importador. Nesse setor elencaram os "obstáculos informais": o reperfilamento de algumas datas de pagamento um dia antes do pagamento ou datas que "desapareceram", uma Conta Corrente Única de Comércio Exterior que não valida operações "devido a erros" ou inconsistências informáticas 46, 47 e 49 para operações que já estavam na data do pagamento e deveriam ter sido processadas.

No último ano, a gestão do Ministério da Economia de Sergio Massa conseguiu não desacelerar a atividade econômica – com reservas negativas de US$ 11 bilhões no Banco Central – graças ao crédito comercial que as empresas tomaram com bancos, fornecedores ou controladoras (cresceu US$ 25 bilhões este ano), e com o swap (dívida) com a China. O destino deste passivo (ações) é uma grande preocupação para as empresas, que temem uma "dolarização assimétrica" das suas dívidas (que em vez de acederem ao valor atual do dólar no MULC, o façam a um valor superior num possível desdobramento cambiário um novo governo). Há duas semanas, a futura chanceler Diana Mondino alertou na União Industrial Argentina (UIA) que o próximo governo se concentraria em resolver o fluxo e que o problema do estoque da dívida ficaria para depois.

"Será importante resolver a dívida comercial de importação, que seria de US$ 25 bilhões e que o Governo sainte concedeu, de forma irresponsável, apesar de não poder ser paga a cada encomenda SIRA que os empresários fizeram", disse Fernando Furci, diretor executivo da Câmara de Importação.

A resposta do Governo

Na Secretaria do Comércio afirmaram que "estão trabalhando nas aprovações", mas reconhecem que estão "num processo de encomenda e à espera da chegada da nova gestão". Eles acrescentaram que pode haver alguns "problemas específicos" hoje. No entanto, esclareceram: "O nível de autorizações continua em linha com os meses anteriores na procura de garantir o abastecimento das cadeias de valor dos diferentes setores da economia". Apesar disso, no início de novembro a equipe econômica reconheceu que era dada prioridade aos setores de material médico e laboratórios, combustíveis e agroquímicos/fertilizantes.

As perspectivas são quase sombrias para a maioria dos empresários. Num importador de rolamentos nos subúrbios do sul, receberam más notícias na segunda-feira: do Panamá, o fabricante japonês NTN informou que não tinha condições de enviar-lhes o segundo carregamento por falta de divisas.

"Os canais habituais para desbloquear assuntos não estão funcionando", disse um industrial, que, no entanto, afirmou que algumas "velhas" SIRAs estão saindo entre as grandes empresas. "Em relação aos pagamentos não tem um centavo, já serão oito semanas e o quilombo está cada vez maior porque já sabem que a Argentina não paga. Então agora eles dizem: 'Eu não vou te enviar; você tem que me pagar o que deve e do que me deve posso lhe enviar apenas metade até que isso se normalize. Ou seja, você me paga 100, eu te mando 50'", exemplificou.

"Não aprovam há duas semanas. Estamos conversando com um responsável técnico, não com um político" concluiu um diretor.

Fonte: La Nacion

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