A Associação, na pessoa de sua diretora executiva, Gladys Vinci, participou como palestrante no evento de Divulgação dos resultados do Time Release Study brasileiro (TRS) relativo à exportação, realizado na última sexta-feira, 20/10, pela Receita Federal do Brasil (RFB).
O Estudo de Tempos de Liberação de Cargas focado nas exportações brasileiras foi produzido com base na metodologia internacional Time Release Study - TRS, da OMA, recomendada pelo Acordo sobre Facilitação de Comércio (AFC), do qual o Brasil é signatário.
Os resultados do Estudo contemplam uma diversidade de dados e operações e reflete um importante diagnóstico das exportações brasileiras. Eles fornecem informações relevantes a todo público que atua no comércio exterior, além das autoridades públicas, impulsionando o ambiente de negócios brasileiro e reforçando o compromisso com a modernização e facilitação das práticas aduaneiras.
A participação da ABTI na divulgação do estudo ocorreu dentro do "Painel Logística da Carga", no qual representantes do setor privado dos modais marítimo, aéreo e terrestre destacaram os desafios enfrentados por cada um no âmbito das exportações e seus impactos na agilidade do fluxo de cargas.
Completaram o Painel John Edwin Mein, representando a Aliança PROCOMEX, Wagner Borelli, membro da Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil e Angelino Caputo e Oliveira, representante da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados.
Em sua fala, a diretora executiva da Associação destacou que apesar de o modal rodoviário apresentar o menor dos tempos comparado com o aéreo e o marítimo, é preciso pensar na possibilidade de ampliar a eficiência dos processos aduaneiros e buscar médias ainda menores, além de ampliar o escopo do estudo.
Isto porque os prazos e tempos do transporte rodoviário não começam a ser oficialmente contados até que ocorra a entrada no recinto aduaneiro, ignorando os tempos nas filas de espera, por exemplo.
Perguntada sobre a efetivação dos benefícios previstos para o transportador certificado como Operador Econômico Autorizado (OEA), a diretora executiva ressaltou a necessidade de que o setor privado priorize uma comunicação efetiva e o respeito às relações e operações, de forma a permitir que os certificados pelo Programa OEA tenham preferência no tratamento pelas concessionárias dos recintos aduaneiros, garantindo ainda que outros transportadores possam enxergar com clareza as vantagens de se buscar a certificação.
No âmbito das ações do setor público, foi sugerido a abertura de espaço no Conselho Consultivo da OEA para participação dos representantes dos setores privados para que possam levar sua experiência específica para o processo de tomada de decisões referentes ao Programa.
Resultados do TRS Exportação
O TRS delimitou os seguintes objetivos para a pesquisa: a aferição do tempo médio despendido no processo de exportação; a identificação dos intervalos componentes do processo e o tempo médio para cada um deles; a medição do tempo médio para os modais aéreo, marítimo e rodoviário, além da segregação por canal; verificação dos tempos praticados pelos órgãos de controle administrativo; análise das operações de exportação realizadas por operadores certificados OEA; e identificação das principais causas que afetam o processo de exportação e apresentação de recomendações.
Foram coletadas informações dos seguintes intervalos de tempo: da entrada no recinto até o embarque; da entrada no recinto até a apresentação da carga para o despacho; da apresentação da carga para o despacho até a parametrização; da parametrização até o desembaraço; do desembaraço até o embarque.
Entre os dados coletados pelo estudo com relação ao transporte rodoviário de cargas, vale ressaltar que o modal contabiliza 21,37% das Declarações Únicas de Exportação (DU-E) emitidas no Brasil e apresenta tempo médio nacional de 5,34 horas da entrada no recinto até o embarque.
No canal verde, o modal rodoviário soma uma quantidade média de 58.526 DU-E e 3,99 horas da entrada no recinto até o embarque. O tempo médio do modal rodoviário é significativamente menor do que o apresentado pelos outros modais, mesmo quando considerado a menor quantidade de DU-E – o marítimo tem média de 182,77 horas e 107.406 DU-E, e o modal aéreo tem média de 32,51 horas e quantidade de 76.110 DU-E.
Quanto às médias de tempo por unidades locais, ressaltamos as fronteiras com maior emissão de DU-E: Uruguaiana tem a maior quantidade de Declarações, 15.348, e intervalo de entrada – embarque de 1,03 horas. São Borja tem a segunda maior média de Declarações, 13.744, e tempo de entrada – embarque de 1,12 horas. Foz do Iguaçu apresenta uma média de 9.868 DU-E e tempo de 2,76 horas.
Para assistir a apresentação completa do estudo e a fala dos palestrantes clique aqui.
A Associação compartilha a informação do DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, sobre a interdição total da Ponte sobre o Rio Ibicuí, na BR 472/RS, por tempo indeterminado, até que o nível do rio baixe a um nível seguro. O bloqueio ocorrerá a partir das 16 horas, desta segunda-feira (23). A medida será dada por precaução, pois a água do Rio Ibicuí alcançou o nível das longarinas da ponte.
Caminhos alternativos:
• Brasil
Uruguaiana (BR-290) – Alegrete (BR-377) – Santiago (BR-287) – São Borja (BR-472) – Itaqui. Um aumento de mais de 400 km de desvio. A rota alternativa passada pelo DNIT, que seria por Maçambara (RS-529, RS-566 e BR-290/RS.) não está disponível.
A administração da balsa Mariano Pinto informou na noite do último domingo que a operação da balsa estaria suspensa a partir desta segunda-feira (23). Com a suba do nível do Rio Ibicuí, os pontos de ancoragem localizados nas margens do rio não conseguem suportar a força da correnteza, levando a suspensão de transporte na área. A balsa deve retornar ao seu funcionamento normal assim que o nível do rio estiver normalizado. (Fonte: AlegreteTudo)
• Argentina
Ruta 14, desde Santo Tomé/São Borja até Paso de Los Libres/Uruguaiana.
Qualquer novidade a respeito da interdição da ponte será divulgada imediatamente.
Fonte: DNIT
Após a vitória eleitoral, Sergio Massa se reunirá com sua equipe econômica para definir medidas e acompanhar a situação dos mercados. O candidato governista enfrenta o desafio de manter a estabilidade macroeconômica e atrair votos.
Depois das eleições na Argentina, o período até ao segundo turno entre Sergio Massa e Javier Milei e os meses seguintes serão marcados por uma situação econômica muito difícil, tendo o dólar como eixo. Tanto é verdade que a maioria dos analistas econômicos salientam que é inevitável que haja um período de choque e, em qualquer caso, resta saber se será controlado ou desordenado. Quase todos os economistas consideram que é necessário um plano de estabilização e que não poderia ser gradualista.
Num momento em que as reservas do Banco Central (BCRA) estão negativas em US$ 7,7 bilhões e a inflação caminha para fechar o ano nos 175%, segundo dados da Ecolatina, uma das maiores preocupações do Ministério da Economia é como os mercados se comportarão após os resultados das urnas.
Por isso, na manhã do último sábado, a equipe econômica se reuniu na casa de Sergio Massa para preparar cenários contingentes diante da incerteza sobre como evoluirão os mercados financeiros e cambiais nos próximos dias. Já se sabe que foram preparadas medidas que seriam lançadas nos próximos dias. E, nesta segunda-feira, às 9h, ele ligou para sua equipe econômica para definir uma série de medidas.
Apesar de ser o candidato mais votado, Sergio Massa afirmou que "não nos deram cheque em branco" e reconheceu que "me obrigam a trabalhar o dobro".
Eleições 2023: Massa, Milei e o outro dia
Um dos primeiros efeitos do triunfo governista sobre Milei no primeiro turno causou a diminuição das tensões sobre os dólares financeiros, em contraste com um cenário em que a moeda não tinha teto no caso de uma eventual vitória da proposta libertária. Nas palavras do economista Martín Rapetti, "concluir que, com Milei como presidente, o peso está a caminho de valer zero é idêntico a que a subida do preço do dólar não tem limite".
Na sexta-feira os mercados viveram uma situação de grande estresse com os preços dos dólares alternativos que em alguns casos chegaram a 1.300 pesos, interrupção das operações comerciais e demanda descontrolada de mercadorias para se livrar dos pesos.
Esta situação foi em grande parte motivada pela perspectiva de vitória de Javier Milei no primeiro turno. Para os mercados, o programa econômico do Libertad Avanza gera incerteza. Embora a delicada situação econômica que o país enfrenta seja da responsabilidade da gestão econômica, os mercados atribuem maior capacidade de governabilidade a Sergio Massa.
Em qualquer caso, Massa irá certamente manter o nível de expansão dos gastos para reter e aumentar a sua riqueza eleitoral numa altura em que as margens de ação da economia são limitadas. Portanto, não está descartado que haja novos episódios de tensão cambial até o dia 19 de novembro. Neste sentido, o BCRA melhorou o seu poder de fogo com a expansão de US$ 6,5 bilhões do swap concedido pela China.
Um fator que pode desempenhar um papel nas expectativas é o apelo aos melhores "independentemente do seu alinhamento político no quadro de um governo de unidade nacional.
Riscos: o que vai acontecer com o dólar e os mercados
Relatório da consultoria pxq analisa em que condições a economia chega às eleições. Um dos dados que aponta é que "a maior procura de dólares durante os períodos eleitorais gera uma redução dos depósitos do setor privado que se cristalizou particularmente durante este ano. "A elevada incerteza política e econômica levou a uma retirada dos prazos fixos tradicionais durante os últimos três meses (-12%), enquanto os depósitos em dólares caíram -4%."
Relativo à atividade, a consultora dirigida por Emanuel Álvarez Agis sustenta que esta sofreu uma redução (em julho a EMAE caiu 1,3% interanual) mas tanto o consumo privado como o público e o investimento estiveram no segundo trimestre deste ano acima do recorde para o mesmo período de 2019 e 2015.
Vários relatórios econômicos que circularam nos últimos dias alertam para o risco crescente de aceleração da inflação e não descartam um processo hiperinflacionário.
Um paper para investidores estrangeiros aponta que nesse sentido converge a expansão "irresponsável" dos gastos públicos arranjada pelo Ministério da Economia para fins eleitorais – apenas o custo da compra sem IVA e a modificação no Imposto de Renda – que, "têm nenhuma outra fonte de financiamento além da questão monetária."
Paralelamente, refere-se às declarações "não menos irresponsáveis" do candidato Javier Milei de que "o peso é um excremento, que não vale nada", aconselha "não renovar os prazos fixos em pesos" e diz que "quanto mais "alto for o dólar , mais fácil de dolarizar."
Outro relatório, neste caso da Eco Go, indica que a perspectiva da hiperinflação ficou explícita na apresentação que fez dias atrás aos seus clientes, a corretora de Ramiro Marra, candidato a chefe de governo pela La Libertad Avanza. Nessa ocasião, sustenta, foi apresentado um esboço da dolarização elaborado por Emilio Ocampo e que contempla a "libertação da taxa de câmbio" e "uma hiper de 45-60 dias" enquanto se gere um trust soberano.
Este fundo serviria para realizar a dolarização e seria composto pelas ações de 36 empresas detidas pela ANSES, pelas ações da YPF detidas pelo Tesouro, pelo resultado da licitação de 5G e pelas retenções de exportação de 20%. A consultoria dirigida por Marina Dal Poggetto levanta dúvidas sobre a viabilidade destas propostas (por exemplo, ações da YPF são penhoradas num processo em Nova Iorque).
Pior ainda, ele ressalta que naquela reunião a recomendação da corretora era não reter os títulos argentinos para fins de rendimento e "apenas adquiri-los para obter ganhos de capital e descartá-los rapidamente uma vez realizados".
Diferentes relatórios relatam semelhanças entre a situação atual e o processo antes do início da hiperinflação em 1989. "Particularmente, a variação da taxa de câmbio livre começa a desvincular-se da inflação e isso retroalimenta as expectativas de inflação."
Para se ter uma ideia de quão desencadeadas estão as expectativas, os cálculos econômicos mostram que, aos preços de hoje, a taxa de câmbio de equilíbrio está abaixo de $ 500 (480), ou seja, menos da metade do preço de sexta-feira dos dólares grátis. Porém, quando a comparação é feita com o atual nível oficial do dólar ($ 350), verifica-se que seria necessária uma correção de cerca de 37% na paridade.
Na verdade, o alinhamento dos preços relativos será um dos maiores desafios do próximo governo. Para referência, a Econviews estima que os preços da eletricidade, do gás e dos combustíveis precisariam de aumentar 92% para atingir o nível de dezembro de 2019, enquanto os transportes públicos precisariam de aumentar 67%.
No imediato, os economistas apontam que a gestão de Massa terá que enfrentar um equilíbrio difícil no sentido de tentar manter as suas chances eleitorais enquanto controla as variáveis econômicas (particularmente o dólar).
E perante o próximo governo, os analistas políticos alertam para a dificuldade que a nova administração enfrentaria em levar a cabo as correções à economia num contexto em que não teria maiorias decisivas.
Fonte: Ámbito